sábado, 14 de maio de 2011



Ite Missa Est
n.o 3
abril & maio de 2011

Publicação pela propagação da Missa tradicional de São Pio V

A crise da Igreja depende de grande
parte da ruína da liturgia


Em 2010, na Alemanha, se fez entre os católicos uma pesquisa a respeito da Missa tradicional. Eis o resultado:
 1.a pergunta: Quantas vezes você participa da Santa Missa?
  - cada semana (domingo): 6%
  - 1 vez por mês: 4%
  - nas grandes solenidades: 19%
  - ocasionalmente (p.ex. casamentos...): 42%
  - nunca: 29%
 2.a pergunta: Em julho de 2007, o Papa Bento XVI lembrou que existem duas formas de celebração da Santa Missa:
 - A forma ordinária, segundo Paulo VI, celebrada: * na língua popular, * com o celebrante olhando para o povo   * e a Comunhão recebida de pé.
 - E a forma extraordinária, segundo PioV, celebrada: * na língua latina, no rito gregoriano * com o celebrante virado para o altar, * e a Comunhão recebida de joelhos.
Você soube dessas duas formas de celebração da Santa Missa?
- Sim: 43%
- Não: 57%
 3.a pergunta: Você acharia ser normal, se a Santa Missa em ambas as suas formas, fosse celebrada, regularmente, na sua paróquia?
- Sim: 51%
- Não: 24%
- Sem opinião: 25 %
 4.a pergunta: Se a Santa Missa, em latim, no rito gregoriano, na forma extraordinária, fosse também celebrada na sua paróquia (sem substituir a Missa na sua forma ordinária, na língua popular), você participaria nela?
Resposta dos católicos praticantes que participam 1 vez por semana ou 1 vez por mês:
- Sim: 25%
- 1 vez por mês: 19%
- nas solenidades: 9%
- ocasionalmente: 40%
- jamais: 7%
 Conclusão da pesquisa: A Alemanha tem 82 milhões de habitantes.
                    20.090.000 se dizem católicos.
                      1.185.310 participam todo domingo.
                       823.690 participam na Santa Missa 1 vez por mês.
Daí cerca de 300.000 católicos da Alemanha participariam cada domingo, na Santa Missa na sua forma tradicional, se ela fosse celebrada na própria paróquia.
 No zelo pelo bem das almas, caberia bem instalar a Missa tradicional como elemento regular da liturgia nas paróquias. Lembramos, portanto, o pronunciamento do Cardeal Castrillon-Hoyos que disse: < O Santo Padre quer que a forma tradicional da Santa Missa torne-se elemento regular da vida litúrgica da Igreja. Todos os fieis... familiarizem-se com os ritos antigos.>

O Cardeal afirma que o Papa deseja isso por razões pastorais e teológicos.
Obviamente, essas razões devem consistir naquilo em que as duas formas de celebrar a Santa Missa divergem, perceptivelmente, para quem a assiste:
Podemos concluir que, pela celebração regular da Missa tradicional nas paróquias, o Papa deseja recuperar, principalmente, as seguintes três dimensões espirituais da Santa Missa, que na forma ordinária de celebração da Missa Nova ficaram marginalizadas:

   1.o) Recuperar a dimensão da Santa Missa como SACRIFÍCIO. A Missa é muito mais do que tão somente uma assembléia de comunidade.
Com a conseqüência de que o sacerdote, agindo como mediador entre Deus e os homens, fica orientado para o altar (para o oriente) e não para o povo.
   2.o) Recuperar a consciência da PRESENÇA REAL de Nosso Senhor Jesus Cristo nas espécies consagradas de pão e vinho.
Conseqüência: Receber a Santa Comunhão no estado de Graça, de joelhos e na boca.
   3.o) Recuperar a SACRALIDADE da liturgia eucarística como celebração do MISTÉRIO DA FÉ.
Conseqüência: fidelidade às rubricas (para evitar banalidades) e uso do Latim como língua de culto, consagrada como símbolo expressivo por dois milênios de cultura católica.

Em 1984, o então Cardeal Joseph Ratzinger falou de um <processo progressivo de decadência> das nações cristãs do Ocidente. E o próprio Papa João Paulo II, em 2003, no fim do seu longo pontificado, lamentou a <apostasia silenciosa> da então Europa cristã.

Essa apostasia silenciosa penetrou cada vez mais nos elementos humanos da Igreja, sobretudo após a abertura da Igreja para o mundo, programado pelo Concílio Vaticano II.
Antes do Concílio, o mundo se encontrava num processo acelerado de decadência e desintegração, contra o que os diversos Papas anteriores alertaram e advertiram. Dentro da Igreja, porém, a fé ainda estava forte, a liturgia intacta, as vocações numerosas e as famílias ricas em filhos. Aí o Concílio veio proclamar a grande e essencial < abertura da Igreja para o mundo>. Mudou a direção de referencia do vertical e sobrenatural (Deus) para o horizontal (o Homem no seu mundo de experiência natural).
Em espantosamente poucos anos, após a introdução dessa nova orientação teológico-litúrgico-pastoral os efeitos indicaram um desastre geral de toda a Igreja: Na França, a participação na Missa dominical tinha diminuído por 43%; na Holanda por 50%; na Alemanha por 62%. E em somente sete anos após a introdução da Missa Nova, o número dos sacerdotes no mundo inteiro se tinha reduzido de 413.438 a 243.307.
Na Arquidiocese de Munique-Frisinga, na Alemanha, em 1951, foram ordinados 38 sacerdotes, entre eles o Dr. Joseph Ratzinger; em 1969, foram 15; em 1973 foram 4; em 1981 foram 5 etc.

Em 1997, o então Cardeal Joseph Ratzinger declarou: <Estou convencido que a crise da Igreja, que presenciamos hoje, depende de grande parte da ruína da liturgia.>

Antes do Concílio e das suas reformas não havia <ruína da liturgia>. Quinze anos depois do Concílio e no segundo ano do pontificado de João Paulo II, o Papa pediu perdão pela perda repentina e dramática a fé e do respeito pela Eucaristia: <Peço ao Senhor Jesus que, futuramente, no nosso comportamento para com esse mistério sagrado, consigamos evitar tudo quanto, de modo qualquer, possa diminuir ou confundir junto aos nossos fieis o sentimento de respeito e de amor.>

Hoje em dia, a grande maioria do povo cristão não acredita mais na presença real de Cristo na Santíssima Eucaristia. Recebe-se o Corpo de Cristo na mão, por ministros leigos não ordenados e se trata a Santa Comunhão como pão comum. Os efeitos da ruína da liturgia atingiram todos os níveis: Poucos dias antes da sua elevação ao Trono de São Pedro, o Cardeal Ratzinger tinha dito: <Quanta sujeira existe na Igreja e, exatamente, também entre aqueles que, pelo sacerdócio, deviam pertencer totalmente a Ele!>
Essa sujeira referia-se ao número incrível de escândalos morais. Crimes indizíveis de sacerdotes, que no mundo inteiro vieram à tona, foi a colheita de décadas de <renovação conciliar> nos seminários. O fiel católico se vendo envergonhado de tal clero e episcopado, e vendo os frutos do Concílio, das reformas, da liturgia nova, encontra, portanto, um refúgio de segurança na fé, de paz e de alegria de ser católico, na liturgia tradicional, não tocada pelo modernismo.
<A mensagem do Concílio Vaticano II foi percebido, sobretudo, pela reforma litúrgica.> (João Paulo II)
E remata Paulo VI (+ 1978): <Se acreditava, depois do Concílio teria chegado um dia ensolarado para a história da Igreja, Chegou, porém, um dia nublado, um dia de tempestade, de escuridão, de procura de insegurança.>

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